
A Holanda foi o primeiro de quatro países que visitei junto com a minha mãe. Na metade de Maio ela foi me visitar em Dublin, passou alguns dias por lá, e então partimos para uma viagem pela Europa. Holanda foi o primeiro destino, porque minha mãe tem uma amiga que vive lá. Essa história é bem interessante.
Minha mãe estudou jornalismo na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria, onde também me formei, mas em Desenho Industrial). No curso, ela conheceu uma moça do Chile, chamada Gema, e elas eram muito amigas. Certa vez, dona Gema foi ao DCE (boate universitária que eu mesmo frequento de vez em quando) e conheceu Hans Van Orden (nome foda), um holandês que estava em Santa Maria também a estudo. Eles se casaram e foram viver na Holanda, e desde então a “tia” Gema e minha mãe nunca mais se viram.
No entanto, as duas nunca perderam o contato. Sempre escreviam cartas, mandavam cartões de Natal, e eu cresci ouvindo falar da tia Gema que morava na Holanda, e de como um dia a mãe queria reencontrar a velha amiga. Então, 23 anos depois, elas se reencontraram! E eu finalmente conheci aquela “tia” de quem só ouvia falar.
Mas voltando, em um sábado de manhã, eu e minha mãe pegamos um avião da Ryanair de Dublin até uma cidade holandesa chamada Eindhoven, onde fomos recebidos pela tia Gema, o marido Hans, e muito sol (algo que passou a ser um tanto incomum pra mim após uns meses em Dublin). Os dois nos levaram de carro até Tilburg, cidade onde eles moram, que fica bastante perto de Eindhoven (na Holanda tudo é bem perto, o país inteiro é menor que o Rio Grande do Sul).
Chegando a Tilburg, encontramos um bairro bem diferente. Era meio que um “conjunto habitacional”, todas as casas eram iguais, brancas, a maioria de um piso só, de arquitetura muito simples, mas um visual até moderno. Por dentro, a casa era impressionante, muito bonita. Era como eu imaginava uma “casa do futuro”.
Comemos alguma coisa enquanto o Hans nos dizia o que tinha planejado pra nossa estadia. Logo depois do almoço, sairíamos de carro para Amsterdã, e no caminho passaríamos por alguns pontos interessantes e bem típicos. Neste dia, tivemos a companhia da Ineke, filha mais velha da tia Gema (22).
Com poucos minutos dentro do carro, já dava pra ver alguns moinhos brotando no horizonte. Quando vi o primeiro, achei uma maravilha. Já queria tirar um milhão de fotos. O Hans, vendo minha empolgação, falou “calma daqui a pouco tu vai ver 19 deles!”. Ah sim, por ter morado no Brasil, o Hans conversava com a gente em português (ele também fala inglês, espanhol, francês e claro, holandês. E se não me engano, mais línguas além destas!)
Passamos por uma vilinha típica holandesa, cheia de canais e casinhas. Tentei tirar tanta foto desse lugar, mas nenhuma mostra direito a atmosfera histórica e pacífica da vila. Mais alguns minutos e chegamos a um parque chamado Kinderdijk, um dos lugares mais bonitos que já visitei.
Todo o complexo foi construído no início do século XVIII, e tem 19 moinhos que eram usados pra administrar o nível da água e impedir inundações. Hoje o parque é patrimônio da Unesco. A paisagem parecia saída de alguma pintura. As pessoas alugavam bicicletas e andavam na beira dos canais, tomando sorvete e olhando os moinhos. Além disso, o estado de conservação do lugar era impecável. Eles cobravam um pequeno valor de entrada, que era usado na manutenção do complexo. Na Holanda, o povo costuma dizer: “Deus criou o mundo, mas foram os holandeses que criaram a Holanda”
Saindo de lá (não que eu tivesse a mínima vontade de sair), continuamos em direção à capital Amsterdã. Como já era de se esperar, uma bela cidade, organizada, limpa, cheia de canais e estes cheios de barcos. Muitos barcos e muitas bicicletas, poucos carros. Gostei muito disso, dava a impressão de que realmente o ar era mais limpo.
Uma questão IMPORTANTÍSSIMA da cidade de Amsterdã, peço mil desculpas, mas ficarei devendo aqui. Como já mencionei, minha mãe me acompanhou nessa viagem. Então tudo o que posso dizer sobre isso é SÓRI =T
Enfim, passamos a tarde de Sábado por lá, e a noite retornamos a Tilburg. No Domingo, acordamos e tomamos o café da manhã (que na Holanda é uma refeição grande, pois eles não costumam almoçar o.o), saímos de casa e fomos assistir a um pedaço do jogo de Hockey da Ineke. Lá eles jogam Hockey, tanto no gelo quanto em um gramado sintético. Partimos antes do fim da partida e fomos para Bruges, na Bélgica, sobre a qual falarei na próxima postagem.
Na Segunda-Feira conhecemos um pouco da cidade de Tilburg, passeamos pelo centro e conversamos. A cidade é bem pequeninha, mas muito organizada, mantendo os padrões holandeses. Conversando um pouco com o pessoal de lá percebi o quanto a cultura deles é diferente e "evoluída“.
Comparada ao Brasil, a Holanda é pequena e tem poucos recursos. E por terem pouco, eles aproveitam o máximo de tudo. Eles constroem, por exemplo, telhados mega resistentes com palha (que é uma matéria prima praticamente infinita, devido a rapidez com que cresce). Por terem pouca área verde (de novo, comparados ao Brasil), eles conservam com todos os esforços. Eles usam energia eólica, carros elétricos, reciclam o lixo, e por aí vai. Se todos os países tivessem essa mentalidade, o apocalipse demoraria muito mais pra chegar. Agora é tarde demais, daqui a pouco já é 2012 e adeus mundo =/
Enfim, na Terça fomos a Mastrich, acompanhados do filho do meio, chamado Hans Cristian (20). Outra cidade também pequena, mas muito histórica e bonita. E era incrível, porque tudo na Holanda era ótimo. Eu ficava o tempo inteiro pensando que seria um lugar bom pra viver. No início achava que era só porque estava cansado de Dublin, mas quanto mais eu via, mais percebia que realmente, viver na Holanda deve ser massa.
Finalmente, na Quarta à tarde, pegamos um ônibus que levaria 11 horas para chegar em Berlin, na Alemanha. E isso é assunto pra outra postagem, encerro esta por aqui. Abraços aos que acompanham, até a próxima!